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..... Ó Q´rido .....

Desde já, o Aqui por Vós agradece à Patricia de Castro Almeida, pela  disponibilidade e simpatia com que acolheu a nossa proposta de entrevista.  Enquanto construíamos a entrevista, podemos garantir que tivemos bons momentos de descontração. Pela personalidade alegre e divertida da entrevistada, adiantamos que esta será, na realidade, mais uma conversa amena, do que uma entrevista propriamente dita.

Durante as nossas conversas , descobrimos que a Patrícia, além de seu bom humor , tem a grande qualidade de saber rir de si mesma.  E é daí, que brota o seu talento. Para resumir ..... se a vida dá limões a ela, ela simplesmente faz um sumo de limões.  Outro lado que descobrimos, é o da Patrícia viajante .  E também a Patrícia que gosta de fotos. De tirá-las e de aparecer nelas. 

 

Nestas fotos, em Roma, Madri, Amsterdã, Málaga, Açores, Budapeste, Paris, Luxemburgo e Genebra. 

Foi em consequência do vídeo do canal youtube ó q´rido, que trazia uma entrevista com Pedro Guedes, que conhecemos a Patrícia. Segundo palavras dela, " Eu sou, sempre fui, super fá do Pedro Guedes . Daí fazer questão de que ele fosse a primeira celebridade entrevistada no meu canal " 

Primeira parte - O Pedro Guedes é um q´rido - ( Ver Aqui ) 

 

Segunda parte - O Pedro Guedes é um q´rido - ( Ver Aqui ) 

Jornal Vamos pelo início ...... Como foi a menina Patrícia? Arteira? “atentada”, como dizemos no Brasil ? Ou uma menina quietinha e calma ?

Patrícia : -   Olá! Eu é que agradeço a atenção dispensada comigo e com o oh q’rido!

É com todo o gosto que estou aqui à conversa, até porque há uma coisa para a qual eu fui feita, é conversar!

 

Em relação à questão que coloca, eu diria, se é que ainda não deu para perceber, que “Patrícia” e “calma” são palavras que não combinam, nunca combinaram. Eu não fui feita para estar calada, nem parada.

Não fui uma adolescente rebelde, antes pelo contrário: fui sempre muito responsável . Mas, desde que me conheço, que sinto necessidade de estar sempre a fazer coisas, a explorar novos mundos. Quando era novinha dormia muito pouco.

Enquanto aluna, e porque a competência da oralidade sempre esteve muito bem desenvolvida, a única queixa dos meus professores em relação a mim era ser muito faladora.

Aliás, mais tarde, quando a professora passei a ser eu, acho que recebi o castigo (atrasado, mas merecido!), para saber o que fiz os outros passarem: tive sempre alunos extremamente conversadores!....

Jornal : Qual a sua relação com a cidade de Espinho? O Aqui por Vós tem um carinho muito especial por Espinho, dada a sua história de superação. O nosso Grupo de Apoio Pedro e Kelly - Aqui por Vós PT/BR, a certa altura, promoveu passeios virtuais, com o acompanhamento dos nossos membros,  por cidades portuguesas e brasileiras. Espinho foi uma das cidades portuguesas escolhidas para pesquisa e consequente passeio virtual em grupo, por ser uma cidade  muito querida por Pedro Guedes. (Passeio virtual por Espinho : ( Ver Aqui )  )

Patrícia :   Eu sempre frequentei a praia de Espinho e foi também em Espinho que frequentei o ensino secundário.

Entretanto, na hora de comprar a minha própria casa e fixar residência, Espinho cumpria todos os requisitos que eu havia definido para ser o local escolhido para esse efeito. E cá estou, feliz da vida!

Jornal : Como descobriu a sua vocação para o ensino ? Porque ser professora, em qualquer País, é uma tarefa árdua.

Patr[cia :   À questão “O que queres ser quando fores grande?” a minha resposta deverá ter sido quase sempre, desde sempre, “Professora”. Pode ter flutuado ao longo do tempo é a disciplina que queria ensinar, em função do que ia estudando e me ia fascinando mais a cada ano.

Houve a fase, muito pontual, de querer ser bancária e, já quase na idade de entrar na universidade, ainda houve a fase (curta!) de querer seguir Física e/ou Astronomia.

Mas, para alguém que, como eu, adora verbalizar, educar, ensinar e poder contribuir para a formação de uma sociedade (nem que seja apenas um pouco) melhor, o ensino tornou-se uma escolha óbvia e fascinante.

Depois escolher Matemática foi só para tornar mais aliciante o desafio!

(Sim, eu normalmente sinto-me tanto mais motivada quanto maior é o desafio.)

Na altura, havia muita falta de professores na área de matemática. Em teoria, ninguém gostava da disciplina e os resultados em termos de classificações eram péssimos. Estava, portanto, ali o desafio perfeito para mim: inverter essas tendências nas gerações seguintes!!

(Há quem realmente goste de complicar a vida a si próprio!)

O objetivo de ser professora de Matemática ficou, então, estabelecido, no final do 9.º ano de escolaridade, aos 15 anos.

Às vezes penso que, se não tivesse sido professora, então devia ter seguido Jornalismo.

Jornal :  Rir de si próprio é uma grande qualidade do ser humano. Nem todos a têm . A Patrícia sempre tentou desenvolver essa qualidade?  Quando e como resolveu transformar os “limões” que a vida nos fornece em um belo sumo ?

Patricia :   Não houve, conscientemente, pelo menos, uma tentativa em ser assim. Acho que foi um processo progressivo e natural. 

A verdade é que sou uma pessoa muito transparente e sempre tentei extrair o lado positivo de tudo o que me acontece. Depois, a maturidade própria da idade e das experiências de vida acabam por ajudara relativizar essas situações e até a rir delas. Nunca senti inibição em narrá-las a quem convive diretamente comigo, até porque, de facto e vendo bem, são situações embaraçosas, mas nada dramáticas!

O passar a narrá-las para “o mundo”, no YouTube, já foi um passo mais difícil de dar e muito refletido, pois a minha privacidade é um aspeto que prezo e protejo demasiado (já estava habituada a fazê-lo em relação à curiosidade dos alunos).

Os amigos adoravam ouvir a forma como narro as histórias e o impulso para eu as tornar públicas veio deles, de um deles.

Jornal :   Realmente, o seu canal no Youtube, assim como o seu Facebook  são algo inusitado .... Pelo conteúdo, pelo seu carisma, pela maneira como relata situações que normalmente, seriam motivo de queixas para maioria das pessoas.  O que a levou a dar vida ao Ó Q´rido ?

Patrícia :    No verão de 2015 eu aproveitei as férias para começar a escrever as minhas histórias. A ideia era dar vida a um blog, mas, com tantas ocupações que tenho sempre, não me sobrava grande tempo para o cuidado que artigos escritos exigem e ainda mais para conseguir, através da escrita, transmitir as sensações que espontaneamente consigo com a narração oral.  Resultado: ficou tudo em “banho-maria”.

Depois, em fevereiro do ano passado candidatei-me como oradora a uma conferência TEDx cujo tema estava relacionado com “falar/comunicar”. Era a minha praia! Completamente.

Mas, não fui selecionada…

O amigo Pedro Lopes, que conhecia o conteúdo que eu iria apresentar, ficou com mais pena do que eu própria e, então, surgiu-lhe instantaneamente a ideia “E se criasses um canal no YouTube e contavas lá as tuas histórias?! É mais rápido do que escrever, transmites mais facilmente as emoções porque ouve-se a tua forma de falar…. ”

Os argumentos tinham tudo para me convencer. Eu adoro falar!

Começamos pouco tempo depois com filmagens e andamos nisso até ao verão., a fazer experiências. Eu ria como perdida quando me ouvia, apercebi-me de gestos que não tinha noção até então que fazia, de expressões que aplicava…

Mostramos alguns desses vídeos a pessoas próximas para vermos como reagiam.

Depois entrou em campo a nossa designer, a Clara Jil que, já desde a ideia do blog, havia demonstrado vontade de dar o seu contributo na criação do logotipo e tratamento da imagem.

O Pedro Martins, prontificou-se desde sempre a filmar e a editar os vídeos. Atualmente, ele é o câmara, o produtor, o realizador e sonoplasta, … é o braço direito… e esquerdo do canal.

Portanto, em agosto de 2016 estava tudo pronto para o canal avançar. Mas, faltou-me a coragem!!

Pois é. A Patrícia arrojada e aventureira começou a pesar tudo e ficou assustada com o impacto que os vídeos poderiam ter, em particular junto dos ex-alunos.

E fui protelando…

Todos sempre a perguntarem quando avançávamos e eu cada vez mais convencida de que isso não iria ocorrer…

Finalmente, entrou o ano de 2017 e com ele o pensamento “Está tudo pronto, estão todos os envolvidos entusiasmados, é pecado isto ficar na gaveta. Siga!!” E seguimos mesmo. No último dia do primeiro mês!

(Entretanto, também se juntaram à equipa a Liliana Pereira, que nos acompanha, como fotógrafa, nas filmagens e o Rui Felizardo que providencia a criação de alguns conteúdos que publicamos na página do Facebook de apoio ao canal.)

Jornal :  E agora, indo mais a sério .... Como avalia, com a sua percepção como educadora, a influência da Internet entre o miúdos mais novos ?

Patrícia :    A Internet existe para o bem e para o mal. A geração atual de adolescentes e jovens já não saberia viver sem ela ou sem o telemóvel, da mesma forma que eu, na idade deles, não saberia viver sem livros, sem acampar ou sem a minha bicicleta! É o fruto dos tempos.

Em muitas coisas, os miúdos hoje acabam por ter a vida muito mais facilitada e têm acesso a conhecimento de uma forma rápida. Isso é bom!Muito embora, muitas vezes lhes falte o discernimento para fazer a triagem do que realmente interessa ou não, assim como o rasgo para serem mais desenvoltos. A velocidade a que tudo se processa na Internet também tira algum encanto a algumas coisas que nós demorávamos a descobrir e que tínhamos mais dificuldade em obter e, por isso, valorizávamos mais.

A mim assusta-me, enquanto educadora, e mesmo não sendo mãe, sobretudo o facto de, à distância de um clique, fechados nos seus quartos, os miúdos de hoje terem acesso fácil a tudo e mais alguma coisa, com todos os riscos que isso acarreta.

Jornal :  Hoje em dia, uma parte dos pais de alunos, quer atribuir à escola a educação dos filhos, sendo que esta deve vir da família. A escola deve ser responsável pela instrução. Como administra isso, no seu dia a dia ?

Jornal :  Para terminarmos, o Aqui por Vós quer homenagear, através da sua pessoa, todos os professores, brasileiros, portugueses, que abraçaram essa nobre profissão por vezes tão injustamente desmerecida. Nos colocamos à disposição, para que deixe aqui a sua mensagem pessoal, a todos os nossos leitores e apoiantes de Pedro Guedes e Kelly Baron .

Patrícia :    Atualmente não leciono. Continuo ligada ao ensino, porque sou Gestora de Conteúdos, mas numa Editora…

Mas, quando lecionava uma das coisas com que sempre convivi muito mal era essa demissão voluntária de alguns pais em relação à educação dos próprios filhos, a falta de acompanhamento do percurso escolar deles, o pretenderem que a escola fosse a resposta e a solução para tudo o que eles não se preocuparam em transmitir e consolidar. A escola também deve educar, é um facto. Mas, há valências e princípios que têm de ser incutidos em casa, muito cedo.

A escola depois não faz (muitos) milagres, sobretudo quando os pais nem sequer têm a preocupação de ser exemplo para os filhos!

 

Patrícia :  Ora, que poderei eu dizer?

Convido todos a seguirem o oh q’rido!,no YouTube, no Facebook, e também, a partir de setembro, no Instagram. Ainda terão muitas surpresas.

Aliás, contamos até que alguns episódios venham a ser filmados no Brasil dentro em breve.

Fica também a promessa de tentar “apanhar” a Kelly em Espinho e poder proporcionar-vos algumas gargalhadas!

Canal Youtube : 

( Ver Aqui  ) 

Facebook : 

( Ver Aqui ) 

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