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Um conto de Natal 

E nesta última Edição  do Aqui por Vós deste ano, trazemos um conto escrito pela nossa Joana Raquel .... Trata-se de uma visita às mais antigas tradições de Natal pelo mundo .... Vamos conhecer a história de Na e Tal, dois irmãos gêmeos que foram separados, e em sua viagem à busca de se encontrarem depois de crescidos, na época de Natal, deparam-se com  antigas tradições natalinas nos diferentes lugares pelos quais passaram . 

- O verdadeiro significado do Natal não está nos presentes materiais que damos ou ganhamos, mas sim no amor verdadeiro que podemos compartilhar com o próximo.

 

- Que o verdadeiro espírito do Natal possa, em breve, se espalhar por todos os dias do ano. Quando isto acontecer, teremos uma sociedade mais justa, fraterna, solidária e pacífica.

 

- O melhor presente de Natal foi Deus que deu ao homem: seu filho, Jesus Cristo, para nos ensinar o verdadeiro significado do amor ao próximo.

 

- Amor, Paz e solidariedade: os três presentes que devemos distribuir a todos no Dia de Natal.

 

Esta é a história de Na e Tal!

 

 

" Nos inícios dos tempos, quando a magia habitava a terra, Satur e Nália, um casal de duendes domésticos foram pais de dois pequenos Elfos! Foi pura alegria!

 

Porém mesmo sendo mágicos, não eram eles os detentores dos potes de ouro no fim do arco-íris, por isso lavados em lágrimas tiveram que dar um dos seus amados filhos. Tal! O seu sorridente filho foi confiado ao seu bem-disposto amigo e viajante Nicolau.Também ele tinha magia, e fazia todas as suas vendas num veloz e mágico trenó.

 

O pequeno Na, ficou com os seus pais,mas apesar de todo amor e dedicação com que era tratado o sentimento de vazio, quase como se tivesse incompleto, acompanhou-o durante toda a vida.

Já Tal, cresceu a percorrer o mundo, mas mesmo conhecendo tantas coisas e sendo sorridente desde sempre,também ele sentia que lhe faltava algo. Até que decidiu falar com Nicolau, sobre essa sombra que por vezes percorria o seu coração.

 

Foi nessa altura, a 21 de Dezembro,4 dias antes do seu aniversário que Nicolau lhe propôs que fizessem um passeio! Ele dizia que nesta altura por todo mundo haviam festas magníficas e que provavelmente essa tristeza iria passar.

E como do destino é mágico foi nesse mesmo dia que Na, em sintonia com o irmão, resolveu que com a sua mala às costas iria percorrer o mundo.

Tal aceitou a proposta de Nicolau, e partiram a aventura no trenó mágico. Durante a viagem Nicolau conta ao pequeno Elfo que iam a caminho da Áustria e fala-lhe de Krampus o seu eterno comparsa maligno. Apesar da viagem não suprir a ausência do seu irmão, Tal estava animado com a promessa de conhecer mais algumas tradições da época, que nem toda a gente conhecia. 

Ao chegarem a Áustria Nicolau pára o seu trenó num telhado e daí Tal avista Kamprus.

Kamprus era tal e qual como Nicolau, descrevera, um demónio monstruoso que vagueava pelas ruas da cidade a assustar os miúdos que se portam mal, ao contrário de Nicolau que recompensava os meninos bem comportados. Bem na hora que Tal dá um grito, ao ver Kamprus ao colocar uma das crianças no seu grande saco, Nicolau decola com o seu trenó para o próximo destino.

E Tal seguiu com Nicolau para a Ucrânia, na seguida da sua viagem, entusiasmado como nunca, com o grande objectivo de encontrar o seu irmão.

 A Ucrânia estava coberta com um manto branco, de fina e fofa neve, Tal vinha tão extasiado com a tudo o que tinha visto na Áustria, que nem se tinha lembrado de perguntar a Nicolau qual seria o seu destino.

 

Depois de se sentarem os dois num pequeno banco de jardim em Kiev, Nicolau começou a contar um conto Ucraniano, que é a história de uma viúva e da sua família, que eram tão pobres que não tinham dinheiro para decorar a sua árvore.

Na noite de Natal, uma pequena arranha teceu a sua teia à volta da árvore, teia essa que com a primeira luz do dia, se transformou numa teia feita de fios de ouro e prata. Nesse momento Nicolau, pegou em Tal pela mão e levou-o até a janela de uma das casas e diz: - Como podes ver Tal, desde então, os ucranianos colocam teias de aranha a ornamentar as suas árvores para terem sorte durante o ano que está para vir.

Já estávamos no final do dia 22 de Dezembro, quando Tal se apercebe que estavam a sobrevoar Itália, e pergunta: - Então Nicolau que história tem para me contar?

Nicolau diz animado: Alguma vez ouviste falar na La Befana?! Befana é uma velha bruxa nariguda que viaja em cima de uma vassoura e traz os presentes para as crianças, tal como eu ando no meu trenó. Tal, posso-te contar um segredo?

Tal - Podes Nicolau!

Nicolau - A Befana é minha prima afastada. ( Nicolau sorri e leva o indicador aos lábios, formando-se assim um shiuuu ).

Entretanto,  o caminho até a Lapônia era longo, mesmo para um pequeno ser mágico como Na,  que nunca tinha passado as fronteiras da sua Terra. Mas a vontade de reencontrar Tal era grande e conhecer todo um mundo novo estava a ser desafiante.

Com a sua mala às costas Na chega a Islândia, onde foi surpreendido pelos divertidos YuleLads.

Os YuleLads, são 13 trolls que saem às ruas da Islândia para brincar. Estes visitam as crianças de todo o país durante as 13 noites até ao Natal. Por cada uma destas noites, as crianças colocam os seus melhores sapatos ao pé da janela e um Yule diferente faz uma visita a cada noite, deixando presentes aos meninos bem comportados e batatas podres aos que se portam mal.

Todos continuaram as suas viagens, mas nem Na nem Tal sabiam que estavam próximos do reencontro, mas à medida que se aproximavam da Lapónia os seus corações começaram a ser preenchidos por um sentimento de felicidade. Algo que não sabiam explicar!

Nicolau sorriu para dentro de expectativa. Ele sabia o que estava prestes a acontecer!

Assim que o trenó aterrou em frente da porta de casa, Tal diz a Nicolau: - Hoje é o meu aniversário e do meu irmão, não te lembraste Nicolau?

Nicolau sorrindo diz: Nunca me esqueceria do dia do vosso aniversário Tal! Eu estava lá no dia que vocês nasceram! Era noite de véspera de Natal, a noite mais longa do ano, Satur estava eufórico com a ideia de ser pai, apesar das dificuldades que enfrentavam. Quando a parteira entrou na sala e nos diz, que eram dois meninos, o vosso pai chorou de alegria. Foi aí que eu fui escolhido para ser teu padrinho.

O velho barbudo, continuou a contar, como é que as coisas aconteceram naquela noite, até mesmo como tinham sido escolhidos os seus nomes. Como os gémeos nasceram na véspera do dia de nascimento do menino Jesus, Satur e Nália resolveram decompor a palavra Natal, chamando assim os seus pequenos de face rosada de Na e Tal.

Padrinho e afilhado abraçaram-se, quando de repente ouvem um baralho, e é nesse mesmo momento que os olhos dos dois irmãos encontraram- se e as suas almas reconheceram- se de imediato!

Correram para os braços um do outro e preencheram a metade de que sempre sentiram falta.

Sem querer acabar com o momento, excepcionalmente Nicolau trabalhou essa noite sozinho, deixando assim Feliz Na e Tal... "

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