Como a curiosidade (sadia) faz parte da nossa personalidade, lá fomos nós pesquisar as Festas dos Santos Populares, tanto em Portugal como no Brasil. Como imaginávamos, nós brasileiros herdamos de Portugal uma grande parte das tradições das Festas.

 

Mas há curiosidades, que encontramos na nossa pesquisa. Uma delas, é que os índios, os primeiros habitantes das terras brasileiras, antes da chegada dos portugueses, também faziam importantes rituais durante o mês de junho.  

Apesar de essa época marcar o início do inverno por aqui, culturalmente, eles tinham várias celebrações ligadas à agricultura, com cantos, danças e muita comida.

 

Um exemplo disso são as fogueiras, que perduram até hoje, e  que na cultura indígena serviam para afastar "os maus espíritos" das colheitas . Há relatos escritos, de historiadores portugueses sobre os primórdios da colonização, que nos relatam essa prática indígena, como o missionário  Fernão Cardim e  o jesuíta Frei Vicente de Salvador. 

 

Por parte da cultura européia, o legado foi a tradição que veio desde o século IV, onde teve início o culto aos Santos. Quando o cristianismo se tornou religião oficial do Império Romano no século IV, multidões aderiram à fé cristã.  Desta forma, por exemplo, antigos deuses foram substituídos por santos (apóstolos e mártires) cristãos, tornando-se, assim, os santos padroeiros das cidades greco-romanas, o que também ocorre até hoje no Brasil.

 

À  cultura indígena, e às tradições europeias trazidas pelos jesuítas, juntaram-se, também, as crenças e costumes africanos, representados pelos escravos. Se para os índios o fogo das fogueiras representava proteção à colheita, de maneira semelhante, para os africanos, também representava proteção, mas relacionada à proteção vinda dos antepassados. 

 

E da junção de três culturas, aparentemente tão diferentes, mas tão iguais na sua  filosofia, quem saiu enriquecido foi o povo brasilero, um povo Cosmopolita.